Apreensivamente,
não é minha face ao espelho.
São meus segredos invioláveis
que trafegam pelos ares e
desaguam-se em mar.
É a construção de uma alma, a minha
esculpida desde sempre em canções
e o que me pronuncia para além de
ontem hoje amanhã, ou seja:
sou eu
noutro perfil da eternidade.
Ali - uma espécie de delação
que salvaguarda o mistério;
caminhos para a conclusão
do eu mesmo;
signos em dispersão,
o feminino transmutável,
minha paixão indefinida,
não correspondida,
minha busca alcançada.
Ali - existir se ilumina
e o sentido é criar.
Tudo que não for dito
servirá como previsão do oculto
a formular os sonhos mais profundos
que só aquela voz poderá revelar.
sábado, 23 de outubro de 2010
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