terça-feira, 19 de abril de 2011

Baby Consuelo

Baby
Consuelo
É incrível a força da Música Popular na vida dos brasileiros, na divulgação de ideias e costumes, na transformação de hábitos, no entretenimento, na nossa sociabilidade, na nossa crença e de modo mais profundo: no nosso pensamento e auto-percepção.
Cresci vendo e ouvindo Baby Consuelo; pousando meu olhar admirado em cima dela como figura exótica e mais ainda, como grande cantora. Sim, porque para mim, ela sempre foi e será uma grande cantora. Todo dia era dia índio, Telúrica, Emília Emília, Menino do Rio... Tantas outras canções que eu acompanhava das rádios. Vendo, era na Praça Castro Alves e ela única, absoluta, a voz feminina do Carnaval que, naquela época, era o melhor do mundo.
Baby traduz muitos sonhos pra mim. A voz dela me acorda o amor que sinto por ela e Caetano Veloso, que juntamente com a eterna Gal, eram os mais adorados por mim. Além de Clara Nunes, é claro! E eu só tinha 10 anos. E sonhei muito além, demais, para a composição da minha existência; sonhei muito para o tamanho do meu talento, para o que eu poderia realizar e conquistar por mérito. Foi assim. Dizem que Baby anda louca, mas ela não sai de mim; ajudou Caetano a me educar artisticamente. Vivo de saudade dela e fico triste com sua ausência do lugar que eu acho que ela mereceria ocupar.
Baby sinaliza a minha fidelidade, o meu amor por algumas figuras tão distantes mas que habitam minha alma.
Este texto é para registrar amor. Olhando a cara de Caetano Veloso e ouvindo a exagerada, em partes equivocada, canção Todo dia era dia de índio, na voz doce sensorial materna nativa de nossa Baby Consuelo, que nunca deixou de ser do Brasil.

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