Mas existe o cinema. Ainda que sob suspeitas e sobre a pecha de "sessão da tarde". Assisti uma, às 20:30h, no excelente Unibanco, e fui banhado pelas águas da esperança. Isso mesmo: fabricada esperança no rolar imagético hollywoodiano. Meu lado criança gritando. A vontade rasgada de vencer o tédio e a constatação infinita de que o sentido é só amando. Não é estar acompanhado, é estar amando sendo amado... O grande sonho. O maior.
O filme é corretíssimo. Eu me vi nas lacunas e silêncio do jovem George ( Freddie Highmore) lutando para sobreviver a si, à ideia da finitude, à anulidade da vida, ao medo da mesma, ao peso das responsabilidades, à escola, às perguntas, às certezas, enfim , a tudo que é grave mas é menor que o tédio.
Todos os problemas estão ali. Menos os raciais. O escopo da arte como liberdade expressiva e como outra possibilidade de se ter sentido na vida. Sou eu no meu tamanho sonhando adolescentemente passando dos 40. Uma trilha suavezinha com um texto inteligente. Referências a Basquiat e a pintura dominando como discurso artístico. Um quadro para a linda Sally( Emma Roberts) me reportando às minhas pinturas vernaculares frente aos olhos do poeta.
Como valeu. E já que show de Maria Bethânia não pode toda semana, o cinema mais cotidiano me faz levar com mais leveza minha vida. Assistam a esta tarde azulzinha.
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