
Eis-me diante de mim: frágil e forte, agridoce, leal, corajoso, fraterno, mamífero, carinhoso, belo, correto em minha "anormalidade", inteiro, sincero. Animal aquático.
Eis-me singrando os mares da minha imaginação. Feito água. Água salgada. Lugar do desaparecimento. Segurança líquida de mim para mim mesmo. Meus olhos comovidos cheios de sede de evolução: este meu querer ser golfinho. Minha brincadeira de elfo. Minha alegria agônica neste trânsito de azul e branco e beleza superior. A carne viva da poesia: golfinhos.
Eis-me diante da minha ancestralidade e da minha votiva inveja: o ser e o estar dos golfinhos!
Eis-me bicho do mar. Natureza esquiva e imprópria para a solidez do mundo. Busca profunda do não-lugar que seja, mais que tudo, a fertilização pós-humana dos golfinhos.
Eis-me íntegra civilização. Presença num instante que não sou eu. Vazio e confusão. Melodia sentimental - asas da tristeza - e eu indo ao encontro do que me é mais verdadeiro.
Eis-me serenata do que serei: um ser melhor: o animal GOLFINHO.
"Desde o Oiapoque
Até Nova York se sabe
Que o mundo é dos que sonham
Que toda lenda é pura verdade..."
Rita Lee e Roberto de Carvalho
3 comentários:
eu adoro golfinhos.
escrevi até um post sobre eles há muuuito tempo: http://alemdoreflexo.blogspot.com/2007_08_01_archive.html
e vejo que rita lee tem te inspirado..
Achei linda esta declaração de amor pelo golfinhos!!!Sabe,eu amo tudo que é animal pois eles precisam da nossa ajuda.
parabens,senhor marcos pela belissima historia!!! abraços
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