sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Palco para todas as artes

Palacete das Artes Rodin Bahia
Na ativa há um pouco mais de três meses, O museu Palacete das Artes Rodin Bahia, sob a direção de Murilo Ribeiro, e vinculado ao nosso Instituto do Patrimônio Artístico Cultural – o IPAC, insere-se na cena cultural baiana gerando uma série de eventos a favor do fomento das artes e da educação em Salvador.
Aberto a exposições transitórias em caráter nacional e internacional, em seu belo Anexo, o Palacete é um dos espaços mais agradáveis para se ter contato com as artes em nosso Estado.Ele está localizado no bairro da Graça, na mansão que pertencia ao Comendador Martins Catharino, e abrigará em 2008, um valioso acervo de obras pertencentes a Rodin, que ficará entre nós durante três anos mais ou menos.
O museu, renascido para defender e exibir as riquezas artísticas feitas ou trazidas à nossa cidade, abriga também a Galeria da Mansarda, com a intenção de mostrar de modo também comercial, pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, enfim, produtos que resultam em artes visuais que podem ser adquiridas nessa sua instância.
Em uma vasta programação de atividades, que tem como orientação maior a educação, o Palacete já promoveu vários eventos voltados à diversão e inserção da criança em sua zona museológica com o objetivo de formar desde cedo novas platéias interativas com esta realidade sócio-cultural: o museu como palco dinâmico para a construção de conhecimento.
A exposição “Gravuras de Iberê Camargo: Percursos e aproximações de uma poética”, iniciada em 13 de novembro, indo até 20 de janeiro de 2008, é a grande atração do museu para os meses de novembro, dezembro e janeiro. As gravuras contam um pouco do olhar sensível e amargo do artista gaúcho morto em 1994, considerado um dos mais importantes nomes das artes plásticas do Brasil em todos os tempos.
Projetos voltados para a construção de saraus literários, récitas teatrais, lançamento de livros, exibição de documentários, de filmes, criação de cursos e oficinas de artes, também compõem os objetivos que pretendem tornar o Palacete um instrumento de ação pelas práticas artístico-culturais em Salvador, respeitando a diversidade étnico-racial do nosso povo e promovendo o imprescindível diálogo entre todas as formas do fazer artístico.
O projeto Quintas Musicais, que consiste em oferecer música de qualidade em todas as quintas –feiras, sempre às 19 h., com entrada franca, tem mexido com a classe artística baiana. Muita gente quer levar seu som para aquele espaço nobilíssimo, o que tem faltado é público para efetivar o deleite que as “Quintas” pode propiciar. As vozes de Tiganá Santana (dono de um trabalho belo e inovador), de Eduardo Alves, cantor, compositor e acima de tudo, poeta, Carlos Barros e a Banda Zhagriot, já pintaram por lá.
A voz sublime e o repertório marítimo de Stella Maris, grande cantora santoamarense, ainda ilumina de beleza a mente de quem a viu cantar nas Quintas Musicais deste novo palco de expressão artística erguido para a Bahia no Palacete das Artes.
(Publicado no Opinião do A Tarde em 23 de novembro de 2007)

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