quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Meu melhor cantor


Tremeluzem cores e nomes, venta, o tempo passa e, sempre a sua presença. Algo daquilo tudo imaginado, repetido... Suas palavras benditas, sua boca de batom, sua masculinidade magra, a fala agressiva, o tom de intolerância, a inteligência, a oralidade transfigurando significações, o novo que se representa, uma música se instaurando e o jeito de eterno presente: o seu aqui e agora e já. Ensaio de muitas novidades. Uma paisagem pedagógica na memória que relembra os melhores aprendizados. Seu corpo magro nu, cabelos encrespalhados ao vento, a intrigante poesia do humano agressivo meio macho meio fêmea. Sua presença que não sai daqui. A boca de vermelho batom.O outro tão diferente gravado a fogo na pele do meu coração. O outro feito homem feito pai feito filho feito amante feito mestre feito irmão... Nem amigo é e não sai daqui. A marca da força da música popular do Brasil construindo pessoas. Você de mim desde a minha infância e eu obra sua em progresso...Resolvida condução. Prazerosa aceitação. Seu nome me é um alento, sua arte, como a de sua irmã, é a fagulha da minha inspiração.
Tremeluz a imagem de MOTRIZ no inteiro de mim ouvindo Bethânia. Meus olhos na foto sua roubada. Minha memória azulada ouvindo sua voz de melhor cantor meu na sua canção que mais amo e que é da Sônia: Trem das Cores.
Tremeluz, e bem-vinda, a poesia das suas canções que ensolara este meu estar tão tacanho. Depois de vê-lo e ouvi-lo eu descanso em silêncio. E faço outra encenação.