sábado, 4 de abril de 2009

De noite com Manuel Bandeira

Bandeira


A palavra em Bandeira é notívaga e desprende-se, em mim, do centro da melancolia. Busca seduzir o mundo mesmo que apontando as suas dores. Algo impregnado de grandeza, vasta folhagem da beleza, e a sofreguidão da falta de sentido que se nos acomete...Sempre Bandeira me chega em leituras noturnas e dele eu recorto:
"Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.
Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado".
ou
" O córrego chora
A voz da noite
Não desta noite,mas da outra maior".
E eu singro uma certa madrugada na esperança de revê-lo. Marulho em calmaria das palavras e eu as queria para tornar a viver. Choro. O mínimo que faço pelo mundo antes de morrer. Hoje é esse o meu dia.

Nenhum comentário: