quarta-feira, 22 de abril de 2009

A pequena princesa - o livro


O ano foi, precisamente, 1983, e eu era assíduo frequentador da biblioteca do Museu da Cidade, no Pelourinho, Salvador- Bahia. Ali os livros já se mostravam para mim como a grande companhia e uma das minhas maiores alegrias existenciais. Apareceram-me Jorge Amado, Machado de Assis, Bernardo Guimarães, Agata Christie, Fernando Pessoa, Sidney Sheldon e muitos livros da coleção "Para Gostar de Ler", que tinha A ilha perdida, O caso da borboleta Atíria e O escaravelho do diabo; sonhos e sonhos encantados em minha vida e ler era ser o que a imaginação trazia. Veio as Reinações de Narizinho - Monteiro Lobato. Mais imaginação. Chegaram outros poetas, como Vinicius, e as coisas foram ficando fortes e claras.
Até que então, nesta mesma biblioteca, eu encontrei o "A pequena princesa", de Frances Burnett, e o sentido da literatura ficou ainda maior em minha existência. Foi uma leitura mágica e inesquecível e a mais tocante que tive; mais tocante que Água Viva, da minha Clarice. Foi uma leitura de acompanhamento e de apego às narrativas...De fixação para salvação da vontade de querer continuar.Uma história triste sustentada na noção visceral de esperança. O milagre, ali, acontecia...E, assim,o estalo literário se deu em mim, definitivamente.
Anos depois descobri, lendo o seu Pequenas Epifanias, que este livro marcou também a vida dele, meu Caio Fernando Abreu e isso me deu tanta alegria e eu perdi a vergonha de gostar tanto de algo tão infantil e femininamente belo; meu mestre também gostava. Essas coisas que a alma nos confessa antes da razão perceber. Preciso reler este livro.
P.S.: Não sei nada sobre a adaptação acima( que traz a imagem da menina e o rato); quero a tradução antiga deste livro e quem souber, por favor, ponha-me frente a ele de novo. Axé para todos nós.

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