domingo, 26 de abril de 2009

Roberto Ribeiro


Toda vez que é domingo a minha memória se atiça buscando saídas. A de hoje finca-se na voz belíssima do saudoso Roberto Ribeiro. Aquele que era a versão masculina da grande Clara Nunes e que nos acalentou ao som de "Todo menino é um rei", do baianíssimo e talentoso Nelson Rufino, que botou na voz de Roberto outras canções ( e sucessos) como "Vazio" e "Tempo Ê". Impressionante como este país esquece rápido, até mesmo vozes que não paravam de tocar em nossas rádios e nos colocavam na roda da alegria, ouvindo o samba inteiro da gente.
Roberto Ribeiro foi consolidação para aquilo que o mestre Jamelão queria: ser chamado de intérprete e não "puxador de samba". E Roberto foi um primoroso cantor e elegante representante da MPB. Era da ala de canto da Império Serrano, e durante anos foi o seu principal intérprete. Cantou composições da companheira de escola de samba, Dona Ivone Lara, "Acreditar" foi um grande sucesso em sua voz. Também acompanhou a nossa Clementina de Jesus, Ivan Lins, o nosso Buarque de Holanda e a eterna Elza Soares, e a sua igual, é claro, Clara Nunes.
Morreu precocemente vitimado por atropelamento em 1996. Roberto faz falta.
Para matar a saudade, a EMI lançou, em 2008, o CD duplo Meu Drama, ali a memória do artista pode ser preservada e a gente pode dimensionar o seu talento e o vazio que sua partida deixou na música brasileira. Ave Roberto!

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