segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Sobre a própria imagem


Há que se falar do medo do tempo passando adulterando a nossa imagem. E ainda assim: agradecer às transformações de dentro e às de fora. É assim: o tempo passando sem arrastar da gente a esperança e a vontade de viver. É bom olhar o espelho e nos ver mudando.É bom querer ser, invadir-se sendo as faíscas dos sonhos que nos movimenta. Bom estar vivo e se fazer acontecer nas coisas que nos alimenta.
Há que se falar de nossas redundâncias em erros e acertos e acordar a memória e reluzir tudo para que seja provado, que em nós, nada é em vão! É bom amanhecer-se olhando para si e se dizendo poemas e se cantando ternuras... Estar enfim em sua própria dimensão, cheio de rasuras, de marcas profundas, lembranças cortantes; em sintonia consigo e com outros, co-existência que se projeta sem apagar-se como singularidade.
Há que se falar da própria imagem e se agradar dela, escrever sobre ela, amar-se a si e a outro nela... Destino único que a vida traz: o amor na gente, espelho da real felicidade.

3 comentários:

Sueli Borges disse...

Uau!!!que olhar é esse, mano? Tá lindo! E eu, hoje, tava precisando ler algo assim, sobre auto-imagem. Bjs

Ari disse...

Grande! Mais que tudo, é o nosso olhar (auto-olhar) quem nos constitui. E há que ter-se a fortaleza das pedras açoitadas por constantes marés, para que esse auto-olhar não seja subjugado pelo alter-olhar. Complementado, transformado, sim... subjugado, nunca!

Dhan disse...

Adorei a foto e o texto, inspirador!!!!!