
As horas me esmagam e eu vejo o Rio de Janeiro. A Igreja da Penha - aumentando, com a visão que tenho de suas escadarias, minha preguiça, meu sono. Devo fazer. E é o que estou fazendo: fazer. São 10h. da manhã e o primeiro chopp carioca me invade. Sinto falta. E falta é o desejo simbolizado. Quero minha alma clara, sensível, aberta para a liberdade do pensamento. Meu corpo quer se repetir, conhecer e assim, me ajudar a pensar, me ajudar a aprender. Meu corpo esse não entregue de mim.
O tempo agora é meu: estou a escrever e a marcar o olhar-audição de alguns possíveis leitores. Meu desejo é só de um;mas tenho que esquecer e esqueço entre a hesitação e a excitação - apertando a mão sobre a segunda. Dores da lembrança. Ou serão cores? Ou serão sabores? Não sei. Isso é a melancolia poética - aguardo ardendo minha visão ao vivo de Copacabana. Meu rio começa aí.
III
Carlos custa a desembarcar... Eu estou sozinho e sem novidades. A paisagem é linda. Feminina e masculina. Um me ocupa. Salvador está bem distante. Traço meu instante neste papel sem culpa: solidão. um pouco de medo. Quereres. O que me alucina. Agora o Rio é maior melhor abrigo que a Bahia. Carlinhos Brown desembarca e isso em mim é poder.
O que Deus quer de mim? Ou para Deus eu tenho muitos desejos? São sonhos minha alma? Eu queria lhe poder dizer. Publico acima do oceano do meu cansaço. Não desisto de doença e Fé. Deus me habita. Sou um tipo de deus desafiando a minha própria proteção. Que é divina.
IV
Outro chopp carioca no aeroporto. Tenho tanto a escrever. Tormentos a fotografar. Um ídolo a esquecer. Este dia é uma noite barulhenta e improdutiva. Tenho muito a escrever olhando o ir e o vir dos aviões que me fascinam. Viver e morrer: mote maior do fascínio em qualquer ser humano. Escrevo miúdo, pequeno e sem graça. Literatura é minha vida. Amendoim cozido, cerveja gelada, lágrimas nos olhos, Billie cantando, nada de festa de São João e eu noutro corpo nos amando. Tem que acontecer assim.
V
Escrevo miúdo e cinco é o começo para se chegar a sete. Escrevo miúdo para um diploma que se desobriga. Quero um panorama poético. Deserto e desalojamentos são armas contra a inércia e a prisão. No cinco de mim, soma de dois mais dois, estou perdido. Nada de choro nem consolo. Meus olhos pedem, sem sonho, Copacabana. Estou aqui na luminosidade tardia da Cidade Maravilhosa - sem entradas e nem acordos baianos - , daqui de uma poesia que me encharca da ANTROPOLOGIA que quero fazer. E vou. Pelo sete do ano que me inspira. Amor.
3 comentários:
Meu caro, manda um abraço gostoso para o Rio, cidade que amo!! E aproveita toda esta beleza aí para ser mais forte e feliz! Abraços.
Grande amigo Marlon, que inveja de ti!!( BOA, é lógico!)O Rio é tudo de bom, de melhor, minhas melhores férias eram passada por aí, como vc sabe nascida em Juiz de fora omo sou, só andava por aí. Muitos familiares morando na Tijuca, Niterói,leblon, Méier.. Ah!Que saudade de um Chopp em Ipanema, no Bar do a
Antonio,
não sei se ainda existe...
Pois é amigo, curta bastante essa cidade maravilhosa...Continue me mandando notícias pelo seu blog
( Que tá um show!!)um abração,
Gina
Como sempre, que bela escrita.... que poético a sua forma de ver o nosso querido rio de Janeiro...Bjão
Gina
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