... Era dele a chance do reencontro. Dela, o perfume esvaído da última rosa recebida e amassada, de romance e adeus, entre páginas de um livro. Ele tinha passado, em absoluto silêncio, pelo cotidiano idealizado em frente à casa. Ela se instruía de esquecimentos. Ele ouvia Legião Urbana. Ela entre Nana Caymmi, Lou Reed, Billie Holiday, Maria Callas, Elis Regina e Sebastian Bach, se cansava da existência. Mas persistia estudando e trabalhando e tendo a alegria como inimiga. Ele sorria com os amigos, jogava bola, estudava o suficiente, beijava outras, trabalhava para cinema e cervejinhas, vívido no masculino, parecia feliz mas, não esquecia.
O tempo foi fustigando ambos, desenhando o improvável desencontro que, no fundo, nenhum deles queria. O tempo acelerando para que definitivo fosse mesmo o adeus; fossem tórridas lembranças de um amor mais que possível desacontecendo; fossem cartas e fotografias queimadas, discos quebrados, pragas desmedidas, promessas de vingança; pelúcias sobre camas e peças íntimas nas gavetas; cheiro de amor incomodando. Vinho para ela. Cerveja para ele. O óbvio instalando-se.
Outras histórias a distância. Ela meio entregue a uma namorada e ele, se indo, a trabalho, para um país distante tentando a tal felicidade que nunca mais sentiu por dentro.
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