Hoje é um dia para alegria. Uma ventilação acima do verão saída de uma voz. Uma pergunta de resposta certeira para além do que se descreve. E o descrito é lindo, mas o sentido é impossível de se dizer... Hoje eu falaria com os duendes, clamaria as sílfides e nereidas, convocaria as bruxas do Leste, tocaria no rosto das Iaras em seus igarapés, enfrentaria Medusa, pediria às águias e aos golfinhos, consultaria os xamãs peruanos, meditaria em Buda e Krishna, rezaria a Nossa Senhora, cantaria para a Grande Mãe, visitaria Ísis, acionaria os elfos, incumbiria os querubins e arcanjos, tocaria a flauta de Pã, me comunicaria com extraterrestres, alcançaria o olho da serpente, voaria com Oyá-Iansã... Hoje é a minha voz em silêncio abaixo daquela voz cantando; hoje todos os encantados por perto a religar os sons secretos do mar aos ouvidos humanos. Hoje Oxum permite arte e desatina tesouros brotando do sonho maduro de uma mulher.
Eu voaria com as canções tentando alcançar as mãos de Deus... Debulhar-me-ia em mantras tornando-me Ganesha, ainda a preservar os mistérios. Roubaria o fogo de Prometeu, decifraria esfinges e intelectuais e, faria a síntese deste dia no marco da beleza se desfiando das águas saídas do canto da mulher.
Inteira oração na hora mais perigosa do dia: todos os encantados da Terra, do Mar, das Matas, do Fogo, do Ar, das Pedras, do Metal... Todos e Todas que podem gerar grandezas...
Entregar-me-ia em profunda oração. Com um balaio em tecidos verdes azulados, fitas e rosas brancas em abundância, arroz cozido, doces, perfume de alfazema, inteiro em roupas brancas, e ofertaria a, na manhãzinha de um dia qualquer nas águas marítimas da enchente, Iemanjá - Rainha das Águas que cobrem o mundo – para que Ela fizesse singrar pelo Brasil o canto magistral de sua filha sereia que anda sobre asfaltos, mas é a emissão dos mananciais aquáticos que refrescam a alma da gente e fazem a mente receber como gozo...
Pediria e peço: Oh! Mãezinha espraia o canto de sua filha, dai a ela 2011 acertos e nos permita sonhar, em festa e alegria, com os acordes que transbordam daquela garganta, outra morada da Senhora. Odô Iyá!
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