quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Morte dos Dias



"A lua já se foi. As Plêiades, como dizia Safo, já foram se deitar. E eu vim-me embora, meu Deus, eu vim-me embora. "
A dor de existir não me quer deixar e todo tempo nessas horas me tem sido crepúsculo, a morte dos dias. Evito pensar em coisas que eliminem o que sinto para não correr o risco de aumentá-la... Eu sou o estar da dor que me acompanha e me tira a noite, a manhã e aquelas tardezinhas em que fazia promessas em sonhar da janela de casa frente ao mar e à inspiração.
Palavrear, agora, nesse instante, é um duplo movimento em direção de caio fernando e clarice. Tenho que ir para dentro daquilo para aprender a ser acima da dor... Sei que deveria imitar os cavalos jovens, mas não, a borboleta se apossou de mim. Uma única vantagem: liberdade. O maior medo: pouco tempo numa pressa imensa de viver. Será que já devo ir embora? Não.
A dor de existir marca em mim os desígnios do destino: tenho que escrever. E beijar a brisa que me chama em minha janela e leva em sua face-vento as cores do meu amor para uns versos alheios... E se vivo, só é por conta disso...

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