segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pentimentos e rasuras da sua presença


São diversas sonoridades compondo a saudade de sempre. A parede sem o quadro daquela imagem pregada na superfície da alma e os respingos da tinta-lágrima que manchou eternamente o chão da casa. Há vestígios da presença mais que ausente. Os acordes do violino acordam os interstícios do desejo que ainda vai para o amanhã: espera. Uma vinheta é o som da risada que anuncia o dia. Tudo caminha para horas em falta. Ao longe, um tambor é fé e barulho, é dor e silêncio, sendo mais que tudo: clamor para despertar as gentes...
São repetidas palavras para realçar as rasuras. Sobre-humano é padecer assim, entre silhuetas e imperfeitas pinturas da cara mais amada. A noite chega sem nada. O violino cessa som para ser saxofone e a mente não atrapalha. Ouve-se o sentir. A vida pulsa ao meio do cinza que cinge beleza. Nenhuma certeza no silêncio da noite sem nada. Nenhuma roupa contra o frio, nenhum antídoto contra o calor. O tédio é a maior cilada nas escaladas que a memória dá. Ruge aquela ausência: pentimentos da presença no misto verde-azul de um amor que não passou...

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