domingo, 24 de maio de 2009

Motriz

Maria e Jaime Alem

Esta é uma das cenas mais bonitas de Pedrinha de Aruanda,naquela estação onde a cantora pegava o motriz para chegar à Cidade da Bahia, nossa Salvador. E dali, pungentemente, ela canta uma das suas interpretações mais memoráveis, despejando sua história de poesia intensamente sobre nós e das memórias dela surgem as nossas mais remotas e a arte ressignifica a vida; nossa vida na lindeza da canção Motriz, de Caetano Veloso, gravada por ela em Ciclo, de 1983.
Pequenos extratos do compósito imenso que traduz a beleza de Bethânia. No filme, tudo muito rápido, passa a ser lento porque nos acompanha e nos leva imaginar a força ouvida e vista naquele áudio-visual, conduzida pelo som do violão de Alem e da voz única de Maria Bethânia.

Para ilustrar, a letra genial de Caetano Veloso:

E, entre os dois, a idéia de um sinal
Traçado em luz.
Em tudo a voz de minha mãe...
E a minha voz dela...
E a tarde dói...
Que tarde que atravessa o corredor!
Que paz!
Que luz se(que) faz!
Que voz... que dor...
Que doce amargo cada vez que o vento traz
A nossa voz que chama,
Verde do canavial,
Verde do canavial.
Canavial.
E nós mãe:
Candeias, motriz!

Aquili que eu não fiz e tanto quis
É tudo o que eu não sei
Mas a voz diz
E que me faz,
E traz, capaz de ser feliz
Pelo Céu, pela terra
A tarde igual
Pelo sinal, pelo sinal
Nós mãe
E a penha - Matriz!
Motriz...
Motriz...

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