segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ouça depois me veja

Veja não, ouça. A minha voz que se levanta numa forma rara de canção. Uma voz que se transmuta velocidade da luz e que busca encontrar a sua salvadora audição. À distância interplanetária, num assombro de escândalo cultural, num precipício que é nosso paradeiro, numa rastreação que significa morte.
Ainda assim: ouça-me.
Na manhazinha dos melhores sonhos - meu canto que se esmera a dizer coisas que mais seduzem no aconchego de dois corpos se amando. Ouça na noitinha das lembranças, entre cartas, filmes, vinis, CD's, fitas, linhas, lápis, tinta, lágrimas, Fé, nosso mundo, palavras e silêncio. É isso: ouça no silêncio que nos habita e traduz.
Ouça por feitiçaria e encantamento - impacto sem explosão. Ouça melodicamente para que seja revelação, para que atraia, para que te guie, para que ilumine a estrada que te trará de volta.
Ouça sem misericórdia. Na ânsia de um chamamento, sem lamento, sem sono , sem cerração...
Ouça esta música imprecisa - sons saídos da eterna paixão.

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