segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Gal em Mãe, de Caetano Veloso

Gal
Esta voz - minha infância,adolescência - relembrando-me tudo o que eu quis ser:
Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visse não
Imensa solidão
Eu sou um Rei que não tem fim
Que brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração
Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarra, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o teu caminha e o meu caminho
É um nem vais nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E só porque não estais
És para mim que nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti
Caetano Veloso
- Ninguém jamais cantará esta canção deste jeito, nesta dor, neste brilho saído de Gal Costa.

Nenhum comentário: