segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Rita Braz

Rita com o Ilê
Ela traz o sentido do sagrado em seu canto. Uma voz ao lírico em diálogo com o popular. Inteira em sua percepção musical voltada a trilhar os caminhos da nossa ancestralidade negra. Timbre dos mais bonitos da cena cultural baiana e impactante ao louvar os SERES da religiosidade jeje-nagô; ao cantar para os orixás ela nos inscreve, pela audição, no Universo religioso que nossos irmãos africanos reinventaram no Brasil e, na Bahia, chamaram de Candomblé.
Fruto dos encontros vocais, de tradições musicais. Uma mulher que representa em sua arte o vigor das Mães Negras nos barracões dos terreiros cantando para os elementos da Natureza. Uma afinação harmoniosa de tonalidade européia somando-se à força mágica de um canto eterno como o de Clementina de Jesus.
Simplesmente isso: Rita Braz é voz de junção. Misto de erudito e popular ofertando beleza aos amantes da musicalidade extraída do seu cantar.
Uma artista que chega e ecoa. E voa como deve voar.

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