quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Atmosferas

Maria
Me perco.
Para o abrigo do que vejo
Nem sempre em entendimento.
Me sinto.
À luz enigmática de uma presença
Ora fêmea humana, ora fêmea divina.
Me entrego.
Instantes de um trajeto
Que trago na alma marcada
Quando dela: vermelho.
Me sigo.
Movido pelos riscos do drama
Molhado pelo desenho de uma voz.
Me atenho.
A uma atemporalidade criança
A menina que se lança ao fogo
E faz o impossível nascer.
Me valho.
Da escrita infértil em mim
Banhado na beleza rara de uma mulher
Filha da águia, branindo ventania
Que se silencia nas produndezas étereas
Da sua improvável garganta.
Me calo.
Na audição desta senhora
De nenhuma idade.

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