
escondido no andar de cima da taverna
suspeita. Da janela avistava-se o beco,
um beco imundo e estreito. Lá de baixo,
vinham as vozes de alguns operários
que jogavam às cartas, divertindo-se.
Ali, num leito reles, ordinário,
eu tive o corpo do amor, desfrutei-lhe dos lábios
rosados e sensuais toda a ebriez -
tal ebriez dos lábios róseos, que ainda agora,
ao escrever, tantos anos depois,
nesta casa vazia, eu de novo me embriago.
Konstantinos Kaváfis
2 comentários:
as imagens e o texto dão um tesão e depois uma tristeza.
Que vontade de estar neste lugar acima da taverna...
O outro personagem poderia vir de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro ou Bahia...
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