sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Escrita Terapêutica

"[...] Mas anota aí pro teu futuro cair na real: essa sede, ninguém mata. Sexo é na cabeça: você não consegue nunca. Sexo é só na imaginação. Você goza com aquilo que imagina que te dá o gozo, não com uma pessoa real, entendeu? Você goza sempre com o que tá na sua cabeça, não com quem tá na cama. Sexo é mentira, sexo é loucura, sexo é sozinho, boy. " Caio Fernando Abreu.
Anota aí: começo é medo, durante é a coisa, fim é catarse. Ao se ler o mundo num conto a gente se sente Deus e, às vezes, se cura. Literatura é isso de abrir e fechar feridas, dando dimensão divina a quem se anima a escrevinhar histórias. O fundo do abismo existe, mas de lá ainda se respira... Novas possibilidades virão. O chavão é certo e irrevogável: a vida continua.
Escrevo aqui para mostrar que sou SENSÍVEL, inteligente, criativo; para causar um certo impacto, me tornar menos inútil, me sentir vivo, me mostrar relativamente; mas, acima de tudo, escrevo aqui para me sentir acompanhado, acarinhado ou odiado, mas rodeado de alguns olhares que conferem a mim a epígrafe: " ele está aqui e escrevendo". Escrevo para me curar; sou minha melhor história. Escrevo para oferecer ao meu exterior as raras belezas que compõem as profundezas de mim, e ao ver as coisas assim, eu tenha vontade grande de continuar... Tenho formas toscas, conteúdos mil, deselegância...Mas sou-me a minha alma desnuda quando eu escrevo.

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