terça-feira, 22 de dezembro de 2009

fragmentos hilstianos

Hilst
Muro

(I)
Muros longínquos
Na polidora esgarçada dos sonhos.
Tão altos. Fulgindo iluminuras.
Muros de como te amei: Brindisi.
Altamura
E muros de chegança. De querença.
Aquecidos. Anchos.
O tenro entrelaçado à tua fala:
Teu muro de criança.
...
(IV)
Muros intensos
E outros vazios, como furos.
Muros enfermos
E outros de luto
Como o todo de mim
Na tarde encarcerada
Repensando muros.
A alma separada de ti
Vai conquistar a chaga de saltar.
P.S.: Os versos são para desenhar, com alguma dor, a beleza que só a poesia traz. Quando é em verso só à de Hilda Hilst me devora. Desta intensidade numa linguagem cheia da energia mobilizadora das grandes paixões. 2010 será um ano dedicado ao branco, mas nunca poderei viver longe do vermelho que não sai de mim; ao menos nesta representação chamada paixão.

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