segunda-feira, 12 de abril de 2010

Além do porto


"Das raras velas que chegam

Nenhuma chega por mim".


Os olhos fitam o horizonte sem chegada.

Marca o tempo a passagem dos sonhos.

O mundo em retirada acima dos montes

E o mar como beleza e aprisionamento.

A boca ornada pelo vento marulha

Vontades úmidas em outra;

Viver é passatempo sem escalas,

É ser fruto das vãs lições,

É não ter o que transgredir,

É ser rota sem parada,

É amar sem sentir.

Os olhos que embarcam e pedem

Morada para o carinho errante...

Mão cansada da solidão do toque

Música ímpar desperdiçada

E o corte, o corte, a morte...

Princípio da saudade pedra-mar.

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