Como se dentro do sereno, estivesse fazendo muito frio, a alma nada agasalhada, mas a beleza reinando e a vida, por causa disto, sendo salva. A beleza descrita na voz que faz inverno... Os lados desérticos num código de grandeza feminina à posse do mundo. O rosto maior que a dor. Trajetórias de invenção para o mito: aparentes derrotas no que tange navegar... O mundo. Dói em fingimento, em alegoria, em poesia, em busca, em tormento. E a mulher canta. Parindo destinos, o seu filho eternidade... Aquilo do olho em abandono mas sem saudade. E a dança das mãos à procura. Joelho no outro do outro e ventando. Trompete ou sax na garganta humana? Como cantar daquele jeito numa peformance insuperável? Debaixo do sol muito gelo. Neve esvaindo-se de canções. O olho de quem escreve lotando-se de saudade. Circulares da dor. O que está abaixo da tristeza e emerge pelo talento. Senhora dos dias em sua vida de duras noites. Glória mortífera notívaga do amor cessando. Frio que é bom. Frio que é mau. Alcance na eletrola acompanhada de álcool. Vinho da melhor safra. Chegada insuportável. Paisagens urbanas e ela tão acima, tão distinta, criatura dos sofreres, diva da legítima realeza; mulher prostituída sobre a mesa dos melhores paladares. O preço que não se paga. Algo que já se foi e para o continuum da música será sempre começo meio fim. Desfecho que nega lógicas e sabota as lições de erros e acertos. Ela é Billie Holiday.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
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