"Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais..."
V M
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais..."
V M
E a pior dor é a de ter novelos de palavras e não ter a quem dedicá-las inteiramente. É fazer silêncio e fazer barulho e ser pessoa alheia à atenção de alguém: a pior dor é deserto cheio de gente quando todos seguem indo-se. Um vento danado sem refrescar e há a fala brotando palavra sendo água na quentura que ao invés de salvar, toda palavra água, afoga meio morte quase vida e tudo dói como música na fita que não soube alcançar. Esses dias do assim sem sim - o mundo descritivo, meros palavreados para aquilo que há porque não há sentido. Vaga na retórica: imensa distância fazendo doer demais... Agora não há por quem sentir saudades, por quem idealizar verdades, riscar o chão das ruas abaixo da lua pedindo pra voltar; agora o peito está seco da ânsia que era amor e se vestia de azul, tocava violão, escrevia, desenhava, sorria, cantava, vivia espelindo luz castanha e... Nem há lembrança mais. O tempo venceu dilacerando a cidade submetida às águas de uma canção que deveria ser eterna. Restou a árida seca que norteia a noite desta tristeza lenta e em paz... O pensamento sem ter em quem pensar e nem perfume, nem música, nem palavra poética retorna o brio desesperado de um amor que todo dia se fazia Primavera. Uma trilha magistral na voz de Maria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário