Olhava-me como se me dissesse: olhar é viver. E eu nunca desistia. Queria como a força do sol para se fazer no dia e deslizava-me feito água para lavar aqueles olhos. Era um encontro amoroso pautado em literatura, poesia ia, prosa vinha, e a gente era feliz em nossos desenhos de emoção. Falávamos de tudo, menos política, e tínhamos o sonho sagrado dos músicos: éramos sons poéticos. Fruir livros era tão grande quanto fruir corpos. E fruir a vida, dali dos nossos instantes, nos fazia conhecer, de dentro, a profunda alegria por estarmos vivos, amigos-amantes, juntos.
Foi a duração de uma epifania. Trajetos literários reinaugurando a melhor das civilizações: a do amor. Amor imorredouro.
Seus olhos nunca escaparam da memória saudosa da minha pele.
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