segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

proscrito bárbaro selvagem


Figura como areia nos olhos, atormenta, discorda, escarnece,viola, invade, confunde, adoece. Faz pensar e mudar os costumes; alimenta a alma mesmo que a maltrate; subverte valores raros e, também, valores envelhecidos. Alguém para além do seu tempo que, nas inscrições da vida, mais que tudo, testemunha sofrimento e segue sangrando.



Figura entre os mais condenáveis apesar de sua presença combater a mediocridade; odeia signos e desfaz modelos... Permite-se à nudez sem secar o mistério. Todos os elementos perfilam a sua humanidade. Seu lado mais gentil é animal. Ele se defende e acende a fogueira da criação. O dessentido o segue como destino e o faz vagar vagar vagar vagar... Chegar é sem explicação e não há nenhum lugar.

Seu maior inimigo é o tédio e seus desafetos sem brilho são os estabelecidos, aqueles quase ricos, inquilinos de uma vida quase feliz.



Figura no lamaçal da vida; adora álcool, cocaína, tarja preta, café, pílulas... Suaviza-se com música e enraivece-se-nos com poesia.



Ente proscrito. O bárbaro oriental vagabundo. Sujeito ocidental selvagem.



Marcas do que só é o outro e, em encantamento, acaba por salvar o eu.

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