Povo bahieense,
O escritor Milton Hatoum lançará amanhã (19) seu primeiro livro de contos, "A cidade ilhada", em Salvador, na livraria Tom do Saber, às 19h.
A visita promete aprofundar sua relação literária e afetiva com a Bahia. Nascido em Manaus, Hatoum constrói uma obra sólida de romancista, sem apegos ao tempo agalopado. Matura a memória para reinventá-la. Comprovam seu rigor os livros Relato de um certo Oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado. Em 2010, Dois Irmãos vira minissérie, sob direção de Luiz Fernando Carvalho.
Em agosto de 2008, o jornal Le Monde fez uma série com 15 escritores e o escolheu para representar a literatura brasileira.
Palpite: ao correr as ruas apertadas e ver os casarios de Salvador, Milton se sentirá invadido pelo desejo de Manuel Bandeira, ao visitar essas plagas em 1927: anotou a vontade doida de comprar dois sobradões "de 4 andares e sotéia". Um pra ele, outro para Mário de Andrade.
Apesar de andar em uma metrópole que insiste em negar uma vocação histórica, dirigida por alcaides pequenuchos, aposto que o escritor relembrará passagens da obra de Jorge Amado, a quem conheceu em Paris. Guarda uma saborosa história.
No início da década de 90, Hatoum lamentou a Jorge:
- É difícil viver de literatura e formar leitores no Brasil.
Hatoum lançara, em 1989, "Relato". Alma generosa, ainda mais numa mesa parisiense regada a vinho, Jorge ensinou o caminho das pedras:
- Ah, é fácil. Basta escrever 30 livros. Lança um livro, cata uns leitores, no segundo mais outros, e vai juntando todos eles. Depois de 30 livros, você vende bem.
Milton fez as contas:
- Então só faltam 29 livros!
Jorge piscou o olho:
- Mas é!
O romancista amazonense não chegou a concretizar o desejo de visitar o autor de "A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água" na casa do Rio Vermelho. Mas os rápidos encontros revolvem nessas águas de março. Amado segue a ser sua medida afetiva da Bahia de quase todos os pecados - e alguns santos, entre os quais não nos encontramos.
Abraços, e compareçam ao lançamento!
Claudio.
O escritor Milton Hatoum lançará amanhã (19) seu primeiro livro de contos, "A cidade ilhada", em Salvador, na livraria Tom do Saber, às 19h.
A visita promete aprofundar sua relação literária e afetiva com a Bahia. Nascido em Manaus, Hatoum constrói uma obra sólida de romancista, sem apegos ao tempo agalopado. Matura a memória para reinventá-la. Comprovam seu rigor os livros Relato de um certo Oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado. Em 2010, Dois Irmãos vira minissérie, sob direção de Luiz Fernando Carvalho.
Em agosto de 2008, o jornal Le Monde fez uma série com 15 escritores e o escolheu para representar a literatura brasileira.
Palpite: ao correr as ruas apertadas e ver os casarios de Salvador, Milton se sentirá invadido pelo desejo de Manuel Bandeira, ao visitar essas plagas em 1927: anotou a vontade doida de comprar dois sobradões "de 4 andares e sotéia". Um pra ele, outro para Mário de Andrade.
Apesar de andar em uma metrópole que insiste em negar uma vocação histórica, dirigida por alcaides pequenuchos, aposto que o escritor relembrará passagens da obra de Jorge Amado, a quem conheceu em Paris. Guarda uma saborosa história.
No início da década de 90, Hatoum lamentou a Jorge:
- É difícil viver de literatura e formar leitores no Brasil.
Hatoum lançara, em 1989, "Relato". Alma generosa, ainda mais numa mesa parisiense regada a vinho, Jorge ensinou o caminho das pedras:
- Ah, é fácil. Basta escrever 30 livros. Lança um livro, cata uns leitores, no segundo mais outros, e vai juntando todos eles. Depois de 30 livros, você vende bem.
Milton fez as contas:
- Então só faltam 29 livros!
Jorge piscou o olho:
- Mas é!
O romancista amazonense não chegou a concretizar o desejo de visitar o autor de "A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água" na casa do Rio Vermelho. Mas os rápidos encontros revolvem nessas águas de março. Amado segue a ser sua medida afetiva da Bahia de quase todos os pecados - e alguns santos, entre os quais não nos encontramos.
Abraços, e compareçam ao lançamento!
Claudio.
( E-mail enviado por Cláudio Leal, que exige nosso presença lá: os amantes da boa literatura brasileira).
Um comentário:
Ih! Sem saber, reproduzi o email lá no blog também...
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