
Porque não posso arrancar
Arrancando eu sei que morro
Morrendo eu não posso amar ".
Por diversas vezes eu me dilacerei em minhas ofertas existenciais. Invalidei o mistério que me impele a seguir em nome da vontade de agradar e de alcançar o amor que eu persigo; e me desgastei na minha infância persistente, nas minhas fixações ilusórias, nas minhas entregas infrutíferas. Eu sou um instante sem tempo ancorado onde não há espaço e nem lugar. Venta.Tem mar. Areias do meu deserto. Mas eu estou sem estar. E tudo que sai de mim pronuncia ao mundo os segredos que penso guardar e que meus olhos minha respiração meu vicejar denunciam. Eu, um não-lugar. Algo que vaga como sorriso sem muita habilidade para permanecer. Algo facilmente descritível. Algo que gosta de louvar deuses e gente. Eu, palavra errante. Seguidor das sonoridades que esculpem almas maculando a minha. Eu, masoquista. O homem altaneiro das conquistas repartidas. Eu, um homem-coragem. Íntegra seta que insiste em seu voo solitário o centro do alvo tocar. Fincar. Adentrar. E de lá, centro do alvo-desejo, saber da única coisa detentora do verdadeiro sentido da vida: amar. Porque só depois disso a Fé se nos irrompe e nos leva ao outro destino advindo com o silêncio da morte.
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