sexta-feira, 13 de março de 2009

Por dentro do meu mistério

"Meu coração eu não dou
Porque não posso arrancar
Arrancando eu sei que morro
Morrendo eu não posso amar ".
Por diversas vezes eu me dilacerei em minhas ofertas existenciais. Invalidei o mistério que me impele a seguir em nome da vontade de agradar e de alcançar o amor que eu persigo; e me desgastei na minha infância persistente, nas minhas fixações ilusórias, nas minhas entregas infrutíferas. Eu sou um instante sem tempo ancorado onde não há espaço e nem lugar. Venta.Tem mar. Areias do meu deserto. Mas eu estou sem estar. E tudo que sai de mim pronuncia ao mundo os segredos que penso guardar e que meus olhos minha respiração meu vicejar denunciam. Eu, um não-lugar. Algo que vaga como sorriso sem muita habilidade para permanecer. Algo facilmente descritível. Algo que gosta de louvar deuses e gente. Eu, palavra errante. Seguidor das sonoridades que esculpem almas maculando a minha. Eu, masoquista. O homem altaneiro das conquistas repartidas. Eu, um homem-coragem. Íntegra seta que insiste em seu voo solitário o centro do alvo tocar. Fincar. Adentrar. E de lá, centro do alvo-desejo, saber da única coisa detentora do verdadeiro sentido da vida: amar. Porque só depois disso a Fé se nos irrompe e nos leva ao outro destino advindo com o silêncio da morte.

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