A voz pode ser um portal para a alegria e ainda melhor: fazer a alma ouvinte sondar. A música é parceria entre mãe e filho, trajeto do espírito querendo fazer e acontecer e, mais que tudo, querendo encontar. A música desliza pela voz de Daniela Mercury e aporta na voz de Carlos Barros num desaguar exato de dois que acenam para a criação e se querem solares...
O canto reverente de Barros espelha com altivez uma de suas inspirações: La Mercury. Mas quem o ouve em Sol do Sul, reaprende esteticamente esta canção, e viaja para um lugar qualquer onde o que se sente é melhor que alegria.
Sol do Sul é expoente na vibração artística da nossa Daniela Mercury. E Carlos Barros que melhor a compreende, reinventa com a interpretação, uma das melhores canções de sua maestra, aquela única Rainha do Axé, melhor atração do cansativo Carnaval de trio e cordas da Bahia.
Por isso que o canto de Barros é urgência em nossa cidade. Para reacender possibilidades tangíveis, lúdicas, intelectuais e redimensionar no nosso mundinho o que já era beleza e ninguém via ou fingia não ver...
Por isso que a doçura da daquela voz meio masculina fere os matemáticos propósitos de quem faz música como ciência positiva.
Por isso que aquilo que suja viabiliza a arte de cantar popular...
Barros tematiza a vida no que há, o humano respirando transpirando gozando de sexo chorando; criando brisas morenas para a orla cotidiana da poesia de quem ama a música.
Sol do Sul é um levante, uma sublevação do simples que quer, que sabe, que pode, que vai... Que já diz.
Diz a voz do intérprete que melhor amadurece nessas raias difíceis das conspirações lítero-musicais na Bahia. O homem cantando.
Carlos Barros, ou simplesmente, sol do Sul para o Planeta. E não é só alegria.
Um comentário:
As palavras dançam e eu as vejo!
Marlon: sua emoção transborda!
OBRIGADO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Axé, irmão!!!!!!!!!!!!!!
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