domingo, 1 de março de 2009

Daniela e os Novos Baianos


Foi tenebroso. Arrepiante. Ultra-comunicacional. A beleza correta de Daniela Mercury, em seu trio cênico, lindo, espalhando o melhor da música popular do Brasil, exaltando a dança, trazendo poesia e juntando-se à grandeza histórica e viva dos nossos eternos Novos Baianos. Um show de verdade e a folia tomando conta do corpo e da memória e os olhos chorando... Eu vi Baby com a Rainha emolduradas pela voz de Paulinho e pela guitarra impecável de Pepeu...Não era sonho. Era a sabedoria comercial de Daniela associada ao seu talento artístico...Aquilo que faz de Daniela o ponto mágico do nosso desgastado carnaval e a faz, sem concorrentes, a grande dama esteta da cultura musical desta Bahia carente de exemplos como o de La Mercury.
Eu vi Baby... Baby símbolo de um tempo; brilho vocal de uma época; bela mulher de agitos e força...O balanço gostoso da Praça do Poeta; o feminino dos Novos Baianos; a menina que dança e queima naquela verdade de se fazer música como expressão e não tão somente para faturar.
Eu vi Baby Consuelo - patrimônio vivo da maior festa da Bahia - cantar...Quando ela canta, juntas cantam Carmen Miranda, Elza Soares, Clementina de Jesus, Gal Costa e aprendem Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Márcia Short, Daniela Mercury e Ivete Sangalo... Baby, musa dos olhos negros no chão da Praça. Eu vi...
Sem que estivesse longe e sem saudosismo, era Baby viva humana cantando. Fazendo valer meu carnaval, que só tem se valido com o Ilê Aiyê, Carlinhos Brown, os sambistas e a Mudança do Garcia.
Eu vi Baby na poesia que tenho em mim, e se revigora nas vozes marcantes de Stella Maris, Claudia Cunha, Sandra Simões, Mariela Santiago...
Eu vi Baby ali em cima do trio, ao lado do furacão criativo Mercury, e lembrei do samba de Juliana Ribeiro, do domínio cênico de Juliana Ribeiro, do canto de Juliana Ribeiro, da beleza de Juliana Ribeiro - esta menina pertence ao Brasil e ao universal da música...
Eu vi Baby e pertinho dela, em outro trio, a voz arrasadora de Márcia Short: outra cantora de verdade!
Eu vivi Baby singrando meu coração transportada pela nave inspiração desta cantora que deve sempre ser incensada e respeitada na Bahia: Daniela Mercury do Brasil.
P.S.: Agora Dani, com o cuidado necessário, tá na hora de envolver o melhor artista contemporâneo da canção brasileira; convidá-lo, como você já prometeu, para cantar Oiá por Nós, ao lado da Maga, e fazer chover belezas poéticas e sonoras sobre este tempo brasileiro. Fazer chover através da filha dileta de Oyá: Maria Bethânia.

Um comentário:

Thais Gouveia disse...

professor amei o sue texto , maravilhoso realmente daniela é o nosso exemplo de força, coragem garra e indentidade cutural, pois ter cultura é uma coisa saber faze-la e preservala em meio a tanto lixo cultural que é dificil... Em fim perfeito sua visão critica e antropologica sobre a homenagem da mesma aos novos baianos, no vcarnaval de salvador tão cheio de repetições vagas e constantes, que não nos levam a lugar algum.