Devo querer dizer para fora do vazio
Devo me perder entre pessoas e olhares
Devo alongar distâncias e não permitir
Devo ser cruel e fechar os braços
Devo violentar a poesia e ser só matemático
Devo cobrar justiça de Deus
Devo desistir dessas coisas de mares
Devo ter novas roupas e etiquetas
Devo matar a solidão com qualquer pessoa
Devo ler e escrever e ter sucesso
Devo dominar as regras gramaticais
Devo mentir mais sobre paz e amor
Devo banalizar as flores
Devo aceitar o conselho dos felizes
Devo me dilacerar em nome das posses
Devo crescer e esquecer infantilidades azuis
Devo espezinhar religiões
Devo duvidar da fé
Devo arranjar disciplina cartesiana
Devo parar de sonhar
Devo parar de esperar
Devo esquecer a escrita
Devo negar o que me inspira
Devo apagar minha memória amorosa
Devo seguir os caminhos que me apontam
Devo deixar de ser o que escolhi para mim.
Basta! Assim, prefiro morrer...
Eu não devo nada!!!
domingo, 28 de fevereiro de 2010
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Um comentário:
o que mais não pode é esquecer as infantilidades azuis.. ahhh...
"vesti azul, minha sorte então mudou, vesti azul, minha sorte então mudou..."
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