Jussara Silveira
A moça, musicalmente, é arrepio e resolução. Sua voz se reveste em sua elegância de rainha e combina com a maior das sofisticações: a simplicidade inventiva. Musa da eloquência sonora perseguida desenfreadamente pelos melhores compositores. Talento acima dos mercados que vibra novidades e preserva nossa memória. Sua presença de mulher linda é um acordo inteiro dela com a arte. E tudo nela é acerto estético naquele dom natural da delicadeza: a beleza modelar passeando pelo tempo, dialogando com ele, se ajustando a ele sem prejuízos sonoros ou visuais. Musa do encantamento que acolhe, toca, aparece, agradece. Abraço magistral que alimenta e consola: coisas de sereia meio mato meio marágua: síntese feminina do que deve existir para melhorar nossos rumos coexistenciais.
Arrepio e resolução em um canto sob medida que adere na gente naquele sentido descrito na eternidade. Musa das simplicidades; diva que enxerga o indivíduo, lança feitiço, beija, abraça, agredece e segue alta pelos caminhos sublimes que seu talento lhe nos consagrou. Fruto raro de uma relação simbiótica: cantora e ouvinte unidos pelo elo semente inscrito nas canções que denotam, no caso dela, um encontro realmente amoroso.
Jussara - sublime ruído rodando em minha eletrola para muito além do tempo.
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