"É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio..."
Não , nada do que eu lhe diga. Nada. Esse silêncio é excesso de compaixão e me faz arremedo de mim mesmo, numa busca furiosa de contrapontos que lhe convençam de mim. Nada que seja palavra ou ação; nada que esteja sobre a mesa cama folha de cheque papel tela... nada se nos faria encontrar porque o mais perverso, a morte do desejo, o esquecimento, nos arrancaram do afeto.
E eu caminho sobrevivente a mim mesmo por entre os escritos que lhe mandava e para que cada dia seja menos lento, fico a queimar as montanhas de textos que escrevi e assim, não me sentir sem nada, torna-me o nada das dezenas de fósforos frios inúteis ao chão, por apagarem as memórias do que eu lhe dediquei.
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