sábado, 22 de maio de 2010

Lenine é de Iemanjá


Mesmo que não seja, ele é. Seu canto, veículo magnífico de sua música, é a infinda poesia advinda do mar. Ela, rainha do Aiocá, o favorece naquele verde único Ogunté e o faz enternecernos em palavras e sons - o homem- mãe - , o Pernambuco difuso numa brasilidade que só ele, nosso universal, sabe trazer.

Trajetória insigne de um mestre que apareceu na hora certa. Sua fala são aspas para exprimir o pensamento melhor da gente brasileira. Ele, o Nordeste-Brasil que se espraia da França. Humano de muitos lugares, alma nascida na negra Bahia, corpo habitante do Rio de Janeiro; manejo das palavras em tons europeus e sonorização africana profunda.

Orgulho de Pernambuco, criatividade acesa para todos que vivem e fazem o Brasil da contemporaneidade.

Homem-destino, físico masculino no arquétipo feminino que sua mãe Iemanjá impingiu na presença artística dele.

Lenine é de Iemanjá, e eu agradeço por isso.

Farol da Barra, 12:00 do dia 21 de maio de 2010, na Cidade da Bahia.

3 comentários:

Marcita disse...

Muitas cervejas
Entre encontros e mitologias
Minas-é-Palavra

Filinto Elisio disse...

Marlon, a cronometria das horas nos permite amar no intervalo que medeia à morte. Eu, no lapso que me coube, vou amar o mundo e nele gente sensível como você. Continue existencialmente místico, que a vida só vale o grito silencioso da fé.

Marlon Marcos disse...

Queridos,

Sempre as epifanias dos sonhos reveladas nas palavras que forjam a gente. Viva este encontro, Viva a Poesia! Obrigado e, Minas é Palavra...