Era como se tudo estivesse perdido,
o mundo fosse esse buraco no meio da sala,
e nada caminhasse;
era a cor verão de um sorriso,
e tanta gente infeliz dizendo não.
Os olhos presos à visão do
buraco no meio da sala,
fazendo da minha casa,
perigo constante e solidão.
O medo de viver e de sofrer...
Eram as batidas aquecidas do coração,
entre álcool e canções,
batidas no meu ser tambor,
mãos negras percussivas,
mais velozes que o tempo...
Havia luz intra-reflexiva
e o pensamento que matava
era o mesmo que reinventava
meus instantes deixando em mim
respingos de gozo e esperança.
Como uma criança
eu só me via naquele sorriso solar
que vivia tão longe assim;
o acesso a ele estaria no centro,
lá por dentro do buraco
ao meio da minha casa?
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
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