Emanoel Araújo, umbilicalmente, responde a Claudio Leal no Terra Magazine:
"Ainda não existe esse lugar. Não importa o que o negro africano ou afro-brasileiro contribuiu para a formação da nossa nacionalidade. Pense na importância dos negros. Machado de Assis, Pelé, Lima Barreto, Aleijadinho... São todos negros! E onde estão os negros no Brasil? Aí você pensa: e Juliano Moreira, o primeiro psiquiatra brasileiro? E Teodoro Sampaio, que planejou o que de esgoto existe nesta cidade (São Paulo), que fez o levantamento geológico do Paranapanema e que escreveu tantos livros sobre a história paulista? No século 19 inteiro, em plena vigência da escravidão, você tinha sujeitos saindo dessa instituição miserável que foi a escravidão, como Paula Brito, o primeiro editor brasileiro, André Rebouças (engenheiro), o poeta Cruz e Souza. É um retrocesso, cara. É um retrocesso de tudo: de atitude, de invenção, de inventividade, de criação. É lastimável que ainda, no século 21, se use todos os jargões preconceituosos contra o negro, não só na vida pública como nos meios de comunicação. Meus 70 anos não são pra se comemorar. Sinto muito, mas é pra chorar, sobretudo eu, depois de um assalto de três sujeitos em minha casa, no dia 31 de outubro, no dia da eleição para presidente da República."
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