"Aquela antiga madrugada"
Muito mais que dentro: morando em mim. A palavra me singrando e me fazendo alcançar o mundo. Daqui, minha nada sofisticada eletrola, e a voz artística e professoral do homem. Um símbolo de coragem e das criações devidas: poesia construída a me ensinar a ser. Mas eu nunca fui. E ainda ouço. Ele me chega na hora das madrugadas entre sentir e refletir o peso da existência. Alimenta antigas esperanças me abrindo décadas passadas quando ali só sei ser menino aprendendo por aqueles discos que me fizeram eu.
Ele - minha vida acompanhada de desejo e inspiração; acompanhada da fantasia e perdida na força da razão que ele traz. O cantor do tempo. Audição sexual. Expressão profunda do que se comunica à posteridade: mudanças radicais numa nação.
Ele - o audaz. Um ontem de tantas perguntas e hoje com respostas demais. Explícita beleza que me combina e a história de tantas tentativas por instantes conjuntos com humanos mais sensuais.
Meu retrovisor mais sutil me mostrando o popular na beleza sem igual de Trem das Cores: sentido que põe leveza no meu ser clariceano. Luz leonina em minha cara geminiana: místico pôr-do-sol em todos os lugares dos meus sonhos. O imprevísel.
Por amor: o inesperado bom. O azul turquesa da esperança que aquele Odé deposita em mim.
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