terça-feira, 16 de agosto de 2011

Clarice: "lis no peito"


Eu sei que deveria buscar novos lugares e sair de entrelinhas e imagens que me deixam em mais fragmentos. Novas rotas e olhares que me lançassem para o externo e eu, de fato, visse. Eu sei que vejo nisso de ter a verdade que se desdobra no que preciso inventar para sobreviver. Os fragmentos abrem-se para que eu possa respirar. Lido com essa insistência minha de construção na figura que transborda fome literária em mim. Tomo posse do alheio em suas lições do sublime e da vida que dói, fascina e morre sendo eternidade.
Eis um passeio: colho as flores que ela descreve. Rezo preces que ela silenciou. Imito sem qualidade a movimentar este amor que me alucina. Perco a vida naqueles textos e me reinvento sem saber o quê. Perco a vida para ser e sendo, sou alvo do meu próprio anseio a escrever o que sangra em mim e ainda é o sangue dela.

fragmentariamente inteiro

" eu escrevo e assim me livro de mim e posso então descansar"

"O querer, não mais movido pela esperança, aquieta-se e nada anseia"

"Eu sei que Deus existe"

"de fracasso em  fracasso, me reduzi a mim mas pelo menos quero encontrar o mundo e seu Deus"

"Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz. Então era"

"Chaya bat Pinkhas"

"Parece que eu ganho na releitura, o que é um alívio"

"Acho que é o meu nascimento e o seu mistério"

Deus não mata ninguém é a pessoa que se morre"

"Minha vida é feita de fragmentos"

Isso vai continuar...

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