terça-feira, 9 de agosto de 2011

Clarice Lispector: escrita terapia


No sentido de utilidade maior: comunicar para atingir o outro atingindo-se. Escritos terapêuticos dentre outras funções que abastecem os "sabidos" da literatura, os críticos do plantão azedo. Terapia para respirar, acompanhar, perceber, falar e mais que tudo: para calar profundo e voraz. Assim:

" Quanto ao fato de escrever, digo - se interessa a alguém - que estou desiludida. É que escrever não me trouxe o que eu queria, isto é, paz. Minha literatura, não sendo de forma alguma uma catarse que me faria bem, não me serve como meio de libertação. Talvez de agora em diante eu não mais escreva, e apenas aprofunde em mim a vida. Ou talvez esse aprofundamento da vida me leve de novo a escrever. De nada sei".
( Benjamin Moser, Clarice, p.444)

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