domingo, 14 de agosto de 2011

Leia na minha camisa


O seguinte:

me ensina a conseguir estar sem me arrancar de mim.
me leva de volta ao não lugar onde nos encontrei.
e me recita a paz que vejo nos seus olhos.
mas tire as mãos de mim, desfaça os seus comandos.
minha mensagem sou eu sangrando.
o que me estanca e dá vida são seus olhos
desaguando alma sobre mim.
eu sou minha camisa, baby.
 e ainda não aprendi inglês.
sigo leve doendo o rastro do seu caminho.
tenho medo demais hoje.
amanhã serei mais sozinho?
o tempo também passa por mim
e me perco se faltar esperança.
conto suas canções a eles
e eles cantam.
perdi -me frente ao espelho
que deixou de ser espelho
para ser instrumento musical.
nada sei tocar ou deixar azul.
mas pouso como ninguém
meus olhos sobre você.
entro nessa qualquer coisa
violenta e silenciosa: sua voz.
tenho medo demais hoje.
seus signos marcando minha pele.
o que há de mim
na alma que você me  deu?



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