Inteira. Me chega em dias de turbulência, nessa fatídica hora de perder energia criativa por nada. Ela em vibratos, em nome da guerra que acorda dentro de mim e eu saio me debatendo em muros, nos escorados em restos-alimento da mediocridade. Ela que enfeitiça de grandeza e dor: sua musicalidade. Me arde reflexões. O dessentido de existir sem. E o que falta é fundamentalmente imaterial. O rasgo daquela voz é o modelo maior para qualquer canção. Mas a força daquilo é o impreciso toque da emoção que cria noites e dias na audição de qualquer vivente. Ela acende a sensibilidade dos brutos e arranha profundamente a fragilidade dos sensíveis. A fragilidade sem fraqueza dos que comungam com ela: a beleza de ser... E, às vezes, superior aos outros.
Largamente. A voz que faz doer mas inibe o medo. Tortura de ânsia e põe o corpo para sentir explosões de desejo, de querer. Eu quero. Meio trompete e saxofone: instrumento humano. Mulher. Nada antes ou depois dela. Nenhum detalhe de mortalidade ou efemeridade. Ali é a deusa da música humanizada: a cara negra mais linda, na voz mais linda, na história dura dos gênios... Eu quero ter um corpo sob o meu nas récitas libidinais desta diva estadunidense. Cavalgar o amor tendo a voz dela me arranhando as costas e os tímpanos. Quero repetir o que foi felicidade. Segurar a pedra e estar inteiro sobre ela. Muitas récitas e o fazer amor deixando a mediocridade para bem longe de mim.
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