Do não secreto. Do invisível que a pele vê. Sente. Daqueles caminhos desconhecidos mas azuis. Da verdade alta do amor dito sem culpa, sem medo. Do invasivo sentimento que lhe rouba a paz mas lhe faz sentir vivo. Dos repetidos mais gostosos de ouvir dizer fazer. Da força da paixão que lhe arranca do sono para lhe colocar em sonhos acordados, às vezes. Noutras, o pesadelo da falta. O azul é assim: uma linda cor vida cobrindo sua cabeça, lhe dando imensidão, espaço desmedido, beleza, sofreguidão, tristeza, sofrimento.
Deste não secreto de fazer tudo girar e instaurar a mudança: é assim também. Muda como força a favor do destino. Pode ter carinho. Desenho de giz na calçada. Dizeres em camisas. Um rosa marcando um livro, uma página, o poema. Pode ter lágrimas e beijo na boca. Dança de criança, olhos nus. Corpos nus se entregando. Pode ter não. E nada mais a escrever. E se ter sim. Mais colibris, jardins, músicas, roupa nova, cabelos cortados, tardes febris e ensaios fotográficos com vista para o mar.
O não secreto do humano ávido por amar e ter do sexo, para além do prazer, a geografia do secreto que o outro nos permite intuir.
Azul é um pouco mistério. Delicada expressão que define alguém que está vivo. Entre o céu e o mar navegando esperanças. Nave soberana. Azul celeste e todos mais, o que se bebe no tinto do vinho e se celebra caminhos e talvez, quem saberá?, (re)nasçam (re) encontros.
Do não secreto pode vir deliciosas mudanças. E o mistério deve ajudar.
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