domingo, 8 de maio de 2011

O toque

"Estão todas as verdades
à espera em todas as coisas:
não apressam o próprio nascimento
nem a ele se opõem,
não carecem do fórceps do obstetra,
e para mim a menos significante
é grande como todas.
(Que pode haver de maior ou menor
que um toque?)"
Walt Whitman 
É o toque que se espera, a menos dias, a menos horas, em minutos, como a leitura de uma poesia que ao final da leitura se eterniza na alma.
É o toque do que deveria ser sem asco ou promessa, então, entrega do mais profundo e para além do sim ou não, sem explicação, ser deveras.
É o toque numa espécie de fulminação, alumbramento trazido pelo feitiço dos olhos, corpos se juntando; paz e carinho.
É o toque na forma do abraço, no alinhamento das almas difusas, no estar sem perguntas, no sexo se propagando.
É o toque - esse passageiro na condução do amor, na visão da beleza, no sentir prazer.
O toque, às vezes descaminho numa falta que anula, às vezes a saga mais mágica em uma salvação. 
O toque no rosto, a língua na língua, a mão no mamilo do outro, o nariz no pescoço, o abraço sem limites e sem classificação.
É o toque como começo para o beijo e o continuar para dois que podem se amar um pouquinho na leveza de estar aqui assim:
Tocando-se...

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