segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Vanessinha no TCA (Fim de agosto)

Show compacto, ela linda. O repertório inteiro dominado pela assistência de fãs, inclusive eu. Aí o melhor aconteceu: ela cantou A lua e eu, de Cassiano, e eu chorei. Para melhorar, piorando minha emoção, ela cantou Último Romance, de Amarante Los Hermanos, e eu desisti de análises estruturais do que via; me perdi na memória da canção , na voz de Vanessinha, e fui doidamente feliz. Senti saudades dos shows de Maria Bethânia; senti vontade de ver algo alongado me dando profundas sensações, me fazendo esquecer pensamentos e racionalidades, me empurrando para o melhor que há em mim.
Ainda assim, o perfume de Vanessa me foi afirmativo, me inspirou. Valeu.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Para ser
Palestras sobre memória e patrimônio no Afonjá

Dia: Sábado, 29
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Elza Sores - nova cidadã de Salvador

Linda Gaiaku Luiza
Como D. Luiza era linda. Típica senhora do candomblé. Um rosto desenhado num corpo alto, esguio, harmonioso.Voz dos ventos desbragada como tempestade; a rainha adorava falar, conversar, ser escutada e também, escutar.
Suas histórias eram deliciosas, uma entre as mais famosas, dizia D. Luiza, foi a de quando Caymmi a abordou defronte ao Elevador Lacerda e questionou sobre sua indumentária de "baiana"; ela, que naqueles idos anos 30, vendia acarajé na Cidade da Bahia, narrou naquela capacidade descritiva primorosa que tinha, detalhe por detalhe de sua roupa ritual. Daí, com certeza, nasceu "O que é que a baiana tem?", sucesso estrondoso na voz de Carmen Miranda que deu visibilidade internacional ao iniciante Dorival Caymmi. Ele sempre negou esta história. Mas Gaiaku nunca a esqueceu. E a repetia num misto de orgulho e ressentimento pelo "esquecimento" do patriarca baiano.
Deslumbrante mulher. Símbolo da grandeza negro-feminina do lugar chamado Bahia. Sabedora dos deuses. Inspiração divina. Exemplo das possíveis intelectualidades que temos fora dos eixos acadêmicos. Mão civilizatória na história do nosso povo. Espécie de D. Diva. 100 anos. Oyá-Iansã.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
A morte e a morte de Quincas Berro D'água


Este livro traz a ironia, a leveza, a graça e o olhar de Jorge Amado sobre o cotidiano da Cidade da Bahia lá pela metade do século XX. Aliás, este cotidiano é recorrência na obra amadiana. O livro apresentado nesta postagem corrobora a genialidade do mestre baiano, sua acidez ao ridicularizar a nossa classe média tão branca, tão chique e tão culta... Um surto de alegria numa novela imaginativa que nos traz diferenças sociais, racismos, contradições espaciais, injustiças, religiosidade, luso-afro-baianidades e literatura. Mato minhas saudades do amado Jorge relendo este livro.
Simplesmente eu. Clarice Lispector
O legado de Gaiaku Luiza

quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Concordando com meu desejo
Besouro, o filme
Lucas Cunha, do A TARDE ON LINE
Um filme brasileiro de aventura, ação, misticismo e paixão, com a história de um mito da capoeira como pano de fundo, além de ter a cara, a cor, o sotaque e a gente da Bahia.
É isso que promete "Besouro", filme do cineasta João Daniel Tikhomiroof que vem ganhando destaque com o seu trailer, disponível na internet e já em veiculação nos cinemas.A superprodução brasileira está orçada em R$ 10 milhões e traz uma equipe que reúne nomes tarimbados do cinema nacional, como Daniel Filho (produtor) e Fátima Toledo (preparadora de elenco), e até participação internacional do chinês Dee Dee, um dos coreógrafos responsáveis pelas cenas de luta de filmes como "Matrix", "Kill Bill" e "O Tigre e o Dragão".
Mas o que chama atenção é o fato de ser um filme de ação nacional, algo que o Brasil está pouco acostumado a fazer e, para os baianos, com o 'plus' de trazer a capoeira como norte da trama.Nome já conhecido de quem conhece a cultura da capoeira, presente em várias das suas ladainhas, Besouro foi um homem nascido em 1897, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, que ganhou fama por ser um exímio capoeirista, além de sua postura nada subserviente em um Brasil ainda com fortes resquícios da época da escravidão. Um herói para o povo negro da época.
Sobre Jornalismo Literário ( I )
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Habita-me!

Da água sempre vida. Alento. Continuidade.
Sobressai o movimento da alma - os olhos em nós.
Da água uma espécie de perfume sereno, etéreo, íntimo, veloz.
Algo que reanima para além da compreensão.
Da água subescrita na obtenção do desejo
Da placenta rompida
Do poema emitido.
Da água que desorienta por conta do signo
Nítido elemento água
Natureza profunda
O amor sem corpo sem fala.
Nascentes.
Abrindo a mesma ferida sempre
Para a água
que escorre as respostas
De uma pergunta líquida:
Quando você vem?
Habita-me!
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Ouvindo João Gilberto
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Tirar da música o silêncio necessário sem esperar nada. Estar na vida do meu tamanho. Minhas aborrecidas vírgulas, minhas expressões truncadas, imagens retorcidas, concordâncias desesperadas. Nada é menor nem maior do que ouço agora. Nem meu próprio barulho me perturba. Sigo ouvinte.
Paro para saber que estou entregue e que sou sincero e que tenho medo e que amanhã é um novo dia. Amanhã tem mais mistério. Sigo ouvinte.
Uma revolução em poucos movimentos. Quase tudo. Tudo é o singular no meu peito a exalar da canção do Gilberto. A voz João cantando a falta - única coisa que povoa meu deserto nesta noite em silêncio. Sigo Ouvinte.
Do meu tamanho. Nadando no mar da minha vergonha por não saber seguir. Sigo ouvinte. Me faço assim : nos erros desta escrita. Na rota mágica de um violão e o canto preciso como direção para uma outra etapa de mim.
Eu, o tão pequeno. O largado nesta cidade ouvindo antes gritos e reclamações.
Eu, o recaído em poemas e dilemas de pouca relevância.
Eu, o sem alma reiterando repetições.
Dentro de uma música me fazendo silêncio.
Descobrindo o meu tamanho numa cidade que me sufoca.
Eu, o tão pequeno que não sabe sair. Daqui.
Ouço João para ir além dos lugares. Ir para mais. Esvaziar qualquer necessidade e me ser silêncio.
Desexistir sem nunca deixar de ser. Estar ali na voz do cantor rodando numa eletrola durando eterno na ideia do amor que me consola.
E me chega num suspiro da poesia que eu desenho em minha mão.
Noite de pura estesia.
Bosco: "Caymmi é tão radical quanto João Gilberto"
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Pestes brasileiras

Menino do Rio

Menino do Rio
Menino vadio
Vento no Litoral

De tarde quero descansar
Sei que faço isso pra esquecer
Sei que faço isso
Aonde está você agora?
Ontem, mais um domingo sem gracinha, fui ao TCA, sala principal, assistir Aonde está você agora?, texto teatral de Regiana Antonini, construído a partir da canção de Renato Russo, Vento no Litoral, o que mais me estimulou, e acabei me emocionando com muitas cenas deste espetáculo adolescente, guiado pela direção de Bruno Gagliasso, que também atua ao lado de Thiago Martins. Ambos são bons atores. Achei Bruno muito preso ao seu personagem de Caminho das Índias, cheio de expressões do jovem esquizofrênico que ele interpreta com inteireza. Mas , em cena, o espetáculo é de Thiago de Martins, mais leve e mais entregue ao personagem, ele é uma boa surpresa! Uma voz bonita entoando algumas canções da Legião Urbana, como Sexo Verbal. Há uma discussão lagítima sobre a força da amizade, da paixão entre amigos, sem o desenho do sexo. Muito conjuntural, mas com algumas nuances de confusão como o tema, muito complexo, pede, mesmo sendo dirigido ao público adolescente querendo ver as estrelas globais. Valeu a pena: livro da sorte, Legião Urbana, amigos inspirados, pactos de eternidade, memória, encontro, saudade, ou seja, componentes de uma adolescência que trago em mim até hoje.
domingo, 16 de agosto de 2009
Atotô Ajuberô Xapanã

O Brasil sem Caymmi: um ano!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009
O caminho em mim
Traz-me notícias em solidão e acompanhamentos e sigo inteiro sendo-me eu mesmo sob o azul da minha inspiração.
Meus dias eu banho de doses poéticas - antídoto contra a mera insatisfação e represento a felicidade que persigo e refazendo diariamente o meu destino, o que me fica é matéria de criação. E eu aproveito.
Abuso da liberdade que tenho. Meu maior obstáculo é preguiça. Minha sede é amorosa e a arte, toda ela, me alucina.
A esperança, mesmo nos meus arroubos de pessimismo, é minha persistência. Gosto de acreditar. Preciso acreditar. E não só por mim.
Sim. Qualquer vida é afirmação e deve ser mantida entre o sono e a vigilia, embalada por canções.
Sim. Acordar é uma sonata de mistério. O mar à frente é permissão divina. Minhas roupas são brancas e eu, hoje, escolho meus pensamentos.
Sim. Quem me comanda domina as cabeças, o ori, a memória e o pensamento... eu me quero daqui pra frente aquático e lúcido, aquecido pela inteireza das coisas que me trouxeram até aqui.
Fé, muita Fé neste agosto solar na manhã do meu coração.
Poesia e intenção. Nada de subterfúgios e auto-enganamentos. Minha teoria do conhecimento maior reflete Álvaro de Campos e é um misto de perceber, saber, experienciar, criar, intuir e transceder. Sigo porque aprendo assim.
Rabisco estas imagens que me desenham para uma aproximação do que já sou. Guardo alguns segredos para que meu mistério não me falte.
Deus há comigo. A água é meu oriente e proteção. O vento me desatina. O sol esclarece. As folhas fascinam e o Tempo, senhor infinito, traça de movimento a finitude que me habita.
Estendo meus braços ao mundo e não desfaço meus erros. Pulso de intensidade e desejos e viajo ao interior do escrevo aqui. É uma transverdade verde.
Eu amei amo e amarei tudo que me for tesão, corpo, alma e sagração. Para que não haja preocupações com o fim.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
O nome da cidade
Ôôôôôôô ê boi! ê bus!
Onde será que isso começa
A correnteza sem paragem
O viajar de uma viagem
A outra viagem que não cessa
Cheguei ao nome da cidade
Não à cidade mesma, espessa
Rio que não é rio: imagens
Essa cidade me atravessa
Ôôôôôôô ê boi! ê bus!
Será que tudo me interessa?
Cada coisa é demais e tantas
Quais eram minhas esperanças?
O que é ameaça e o que é promessa?
Ruas voando sobre ruas
Letras demais, tudo mentindo
O Redentor, que horror!
Que lindo!
Meninos maus, mulheres nuas
Ôôôôôôô ê boi! ê bus!
A gente chega sem chegar
Não há meada, é só o fio
Será que pra meu próprio rio
Este rio é mais mar que o mar?
Ôôôôôôô ê boi! ê bus!Sertão, sertão! ê mar!
Caetano Veloso
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Maria Bethânia e Alcione: Ternura Antiga
Riscos do destino

Luminosa manhã
Sem espanto, só poesia
Caetano Veloso e novas assertivas sobre o 13 de maio

Marlon Marcos
especialmente para o blog Jeito Baiano, de Jary Cardoso
Em 7 de agosto de 1942, na cidade de Santo Amaro da Purificação, polo de efervescência cultural do Recôncavo Baiano, nasceu Caetano Emanuel Vianna Telles Velloso, internacionalmente conhecido como Caetano Veloso, um dos mais representativos artistas do cancioneiro brasileiro. Divisor de águas no cenário cultural deste país, além de cantor (hoje o melhor do Brasil) e compositor, Caetano se destaca entre nós como um formulador de idéias provocativas e instigantes. Cria canções com a mesma habilidade que desfia leituras polêmicas sobre o “ser Brasil”, fazendo incursões em áreas especializadas do saber acadêmico e, às vezes, enfurecendo historiadores, antropólogos, sociólogos, linguistas, literatos e seus eternos “amores”, os jornalistas.
Foi no mês de maio do corrente ano, no dia em que se comemora a Abolição da escravatura, em Santo Amaro, que Caê tornou a irritar seus espectadores, desta vez, afirmando: “o 13 de maio é da Princesa Isabel e é burrice se negar a importância histórica da abolição”. Essa deixa inflamada ocorreu numa noite de reflexões sobre os 120 anos do Bembé do Mercado, festa religiosa do candomblé santo-amarense em comemoração ao fim da escravidão, que sempre tem sua culminância, no dia 13 , com a oferta de um grande presente à Senhora das águas salgadas, o orixá Iemanjá. O evento-seminário foi organizado pela Secretaria de Cultura daquele município, que tem como secretário Rodrigo Velloso, um dos irmãos do cantor, e contou com a participação de Zulu Araújo, presidente da Fundação Palmares, com a historiadora Profª. Ana Rita Araújo Machado, entre outros discursadores.
As falas de Ana Rita Machado e de Zulu Araújo foram na direção de se recuperar a memória popular, negra e religiosa do Bembé do Mercado e assim, minimizar a mitificação em torno do nome da Princesa Isabel, vista pelas historiografias oficiais como a redentora dos negros no Brasil, e negar o projeto abolicionista efetivado com a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, sem garantir cidadania e inclusão social aos negros tornados livres.
A partir destas falas, consideradas eloquentes e inteligentes por Caetano, que o nosso autor de Trilhos Urbanos despejou sua verborréia e criticou os movimentos negros brasileiros, apontando-os como meras cópias da negritude “norte-americana”, falou em atraso, em um aprisionamento ideológico datado nos anos 70 e que para se prosperar é preciso se fazer uma leitura mais ampla da Abolição, um fenômeno histórico considerado pelo cantor, como instrumento vital de emancipação sociopolítica dos humanos negros no Brasil, e que se deve falar em 13 de maio como conquista sem negar a importância da princesa Isabel neste processo.
Em entrevista coletiva para divulgar em Salvador seu trabalho mais recente, Zii Zie, um dia após as polêmicas desferidas em sua cidade natal, o compositor afirmou que os impedimentos de avanços e inclusão dos negros neste Brasil se devem muito mais a limitações da República do que um possível descaso legal por parte da Monarquia naquele período: “Se os negros não avançaram a culpa foi da República”.
Na órbita das revisões históricas em torno da Abolição, quem se filia a muitas impressões de Caetano Veloso é o seu conterrâneo, o poeta Jorge Portugal. Portugal acha que ao superestimar o papel de Isabel no 13 de maio, Caetano se lança numa provocação, mas não deixa de apontar reflexões muito relevantes para que tenhamos uma compreensão mais nítida da importância desta data na história brasileira.
Jorge Portugal comenta também outras reflexões que são emblemáticas e estão em sintonia com Veloso, as de Cristovam Buarque que afirmou: “O dia 14 de maio já foi melhor que o dia 12”; e do lustre militante do movimento negro Samuel Vida, advogado e professor universitário, que também defende uma releitura do 13 de maio para destacar os avanços que esse evento ocasionou aos nossos ancestrais de origem africana.
Hoje, Caetano faz 67 anos de vida, mais de quarenta de carreira, e com certeza, quase todos de polêmica e muita vanguarda, haja vista, reza a lenda, que foi ele quem escolheu o nome Maria Bethânia para sua irmã recém-nascida, quando ele tinha 4 anos; criou polêmica em casa, e ganhando na sugestão, acertou em cheio ao ajudar na afirmação de um nome artístico, o de sua irmã, como uma das marcas mais importantes do canto feminino no mundo contemporâneo.
(Publicado no Jeito Baiano ( http://jeitobaiano.wordpress.com/), em 07 de agosto de 2009, aniversário de 67 anos de Caetano Veloso).
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Roberto Mendes e Tiganá Santana: Vozes no Espelho
A arte na Bahia promove um encontro musical de luminosidade: Roberto Mendes e Tiganá Santana cantam, historicamente juntos, no dia 11 de agosto de 2009, às 20h., no Teatro do SESI, e assim, celebram a música como expressão e mais ainda, perfilam as semelhanças de suas criações espelhando a recíproca alegria de estarem cantando juntos.
A música e a poesia, no formato canção, irão se encontrar de modo elegante e competente, na noite do dia 11 de agosto de 2009, precisamente às 20h., em tom de celebração, nas vozes de Roberto Mendes e Tiganá Santana, no Teatro do SESI. Luz e sabedoria aos nossos ouvidos: eis a tônica deste encontro que traz um veterano de qualidade musical inquestionável e de renome internacional, Roberto Mendes; e um neófito pronto para ganhar o mundo com sua obra nova, ainda desconhecida, mas de expressividade arrebatadora.
Os dois se respeitam em profundidade, convergem em assertivas sobre o papel da música em nossa sociedade e sobre o constante diálogo entre tradição e modernidade, destacando a ação necessária da preservação ancestral em nossas temáticas e construções artísticas. Querem, e vão, cantar juntos para trocarem experiências, dialogarem criativamente e permitir à Bahia novas vivências sonoras que nos possam arejar.
O show traduz-se no título que leva: vozes no espelho. É uma síntese artística de dois cantores e compositores que se reconhecem na maneira de compor, no rigor estilístico, no apego à ancestralidade, na permissão à música, na inventividade, na inteligência. São dois inventores da música popular brasileira, marcados de africanidades, lusitanismos, indianismos, dentro de uma territorialidade figurada como Recôncavo baiano, mas de projeção e capacidade comunicativa universais.
Roberto Mendes nasceu em Santo Amaro da Purificação e é dos mais importantes compositores brasileiros, suas músicas, muitas, fizeram história na voz de sua conterrânea, a cantora Maria Bethânia, intérprete e termômetro musical favoritos do compositor, na estrada há mais de vinte anos. É empreitada de Roberto também, juntamente com Jorge Portugal, a construção da chula Filosofia Pura, lançada no antológico Ciclo, de Maria Bethânia, em 1983, que contou com a participação especial de Gal Costa, justamente nesta canção, a primeira chula a percorrer as rádios de todo Brasil.
Tiganá Santana, 26 anos, filósofo de formação, já é um dos compositores favoritos de Virginia Rodrigues. Nasceu em Salvador, e, ultimamente está em fase de conclusão daquele que será seu primeiro CD, Maçalê, trabalho autoral que ilustra o grande talento que este jovem artista traz em si. Tiganá é um dos poucos, senão o único, compositores brasileiros que compõem em línguas africanas, principalmente o quibundo, quicongo e o iorubá.
Este encontro mais que renovação é história. Faz-se imperdível e nos permitirá momentos de grande fruição estética e inventiva.
SERVIÇO:
Show: Vozes no Espelho
Artistas: Roberto Mendes e Tiganá Santana
Onde: Teatro do SESI
Endereço: Rua Borges dos Reis, nº 09, Rio Vermelho
Quando: 11 de agosto de 2009 (terça-feira)
Horário: 20h.
Ingresso: 30 reais (inteira)
Telefone SESI: 71- 3535-3020
Maiores informações:
Assessoria de Comunicação:
Marlon Marcos (jornalista/DRT-BA 2235): 71- 8107-4693//8749-5595
Produção Executiva: EMMA ( Emílio / 71 – 8832-9348)
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Dina Sfat: 20 anos de falta!
Ontem o Fantástico me prestou um grande serviço: me fez rememorar uma das presenças mais enigmáticas e fortes que a dramaturgia televisiva já teve: Dina Sfat, falecida em 1989. Ela era a própria contradição. Bela, misteriosa, talentosa e valente. Seu último papel foi na inovadora Bebê a Bordo, quando ela se despedindo da vida, não deixou de iluminar o horário das sete com seus olhos negros de expressão e verdade. Lembro dela em Gabriela, uma das minhas novelas inesquecíveis, eu era quase um bebê e já assistia, ela, Sônia e Elizabeth Savala, roubavam todas as cenas pra mim! Viu que há felicidade?
Para se homenagear uma estrela eterna do Brasil, o Rio de Janeiro faz exposição, no texto abaixo:
"Exposição fotográfica marca 20 anos sem a atriz Dina Sfat
Estrela do teatro, do cinema e da TV, Dina Sfat fez muitos trabalhos aqui no Fantástico. São 20 anos sem Dina Sfat. Na memória eletrônica do Fantástico, estão personagens inesquecíveis da carreira da atriz, como a Zarolha da novela 'Gabriela', ou Amanda, em 'O astro' e a Darlene de 'Eu prometo'. Em 1988, um ano antes de sua morte, Dina esteve no Fantástico para recitar um poema de Fernando Pessoa. Dez anos antes, também no Fantástico, Dina se definiu assim: "Às vezes eu sirvo como espelho. Às vezes eu me sinto como um vidro transparente. As pessoas também veem o que elas querem ver. Não o que eu quero". Para lembrar as duas décadas sem Dina Sfat, na próxima quinta-feira será aberta no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro, uma exposição sobre uma das maiores atrizes brasileiras de todos os tempos. A mostra reúne figurinos e fotografias de personagens vividos pela atriz em quase 30 anos de carreira. São tantas imagens que viraram também um livro que será lançado no próximo dia 26. "
(Retirado do site globo.com)
sábado, 8 de agosto de 2009
Solares

2. Uma delícia Diana Krall cantado em seu DVD no Rio de Janeiro; para o Rio de Janeiro. Uma atmosfera de elegância e prazer. Essa coisa chamada jazz faz a gente se perguntar: será que Caetano está certo, a melhor música do mundo é a estadunidense?
3. Aportou na terrinha De repente, Califórnia. Um filme com uma história gay exitosa! Suave e como grande fórmula para se vencer agruras de agosto. Vi no Rio de Janeiro. Verei de novo nas salas charmosas do Unibanco Glauber Rocha, em Salvador, é claro!
4. Violento mas ótimo o filme Inimigos Públicos. Que ator Johnny Deep! Tem Diana Krall cantado no filme em cena! E tem ela, Billie Holiday em três canções. Que trilha!
5. Vanessa da Mata aporta em Salvador. Último final de semana de agosto. Isso tem gosto de setembro.
6. Ouvi, repetidas vezes, Quero ficar com você, de Caetano Veloso, na voz de Maria Bethânia. Paixão.
7. Cheguei ao final de minha releitura de A morte e a morte de Quincas Berro D'água. Não tenho outra palavra: mágico! Viva Jorge Amado.
8. Antropologia é a ciência... Essa coisa de etnografar em observações partipantes. Vai doer em muitos, mas isso é um chamariz sexual ressignificado. A depender do tema se chega a poemas e prazer! Mariza Peirano me causa isso!
9. Minha frase contra o marasmo e os enganamentos desses dias: " Eu sou do sol. Eu quero ser lúcido e feliz". Eu te amo, Caetano. Muito.
Vida Azul

vida azul
de beira de praia,
essa liberdade
permanece em mim,
quando eu,
na fila do banco
ou quando estanco
de cansaço e sofrimento.
esse vento, essa areia, esse mar,
dentro de mim,
aliviam o dia-a-dia
de trabalhar
e fazer dinheiro.
esse cheiro de maresia,
esse sol, esse corpo nu
estão em mim,
até o fim.
vida azul.
Festa da Boa Morte - 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Soneto do Amor Total
67 anos; Qualquer Coisa
Esse papo já tá qualquer coisa
Você já tá pra lá de Marraqueche
Mexe
Qualquer coisa dentro, doida
Já qualquer coisa doida
Dentro mexe
Não se avexe não
Baião de dois
Deixe de manha, 'xe de manha, pois
Sem essa aranha! Sem essa aranha!Sem essa, aranha!
Nem a sanha arranha o carro
Nem o sarro aranha a Espanha
Meça: Tamanha!
Meça: Tamanha!
Esse papo seu já tá de manhã.
Berro pelo aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe.
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe.
Esse papo meu tá qualquer coisa
E você tá pra lá de Teerã
Caetano Veloso
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Outro lugar
A palavra como travessia

terça-feira, 4 de agosto de 2009
Direito de Sambar
Amanhã ele faria 85 anos. Nasceu em Salvador, em 05 de agosto de 1924. O grande sambista brasileiro, autor desta obra prima, entre outras, Direito de Sambar, o momento mais bonito do novo show de Juliana Ribeiro. Morreu em 03 de janeiro de 1997. Toda lembrança a Batatinha, ilustração da grandeza criativa do povo deste país!
É proibido sonhar
Então me deixe o direito de sambar
É proibido sonhar
Então me deixe o direito de sambar
O destino não quer mais nada comigo
É meu nobre inimigoE castiga de mansinho
Para ele não dou bola
Se não saio na escola,
Sambo ao lado sozinho
É proibido sonhar
Então me deixe o direito de sambar
É proibido sonhar
Então me deixe o direito de sambar
Já faz dois anos que eu não saio na escola
A saudade me devora
Quando vejo a turma passarE
eu mascarado, sambando na avenida
Imitando uma vida que só eu posso enfrentar
Tudo é carnaval
Pra quem vive bem
Pra quem vive mal
Tudo é carnaval
Pra quem vive bem
Pra quem vive mal
Batatinha ( Genial!)