quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Riscos do destino

Maria
Porque eu preciso de uma manhã com mais beleza e ventilada de boas notícias. Uma manhã musical descrita na voz viva que eu mais amo. Luminosa e conclusiva para os temas que há muito tempo me afetam. Manhã Oyá-Iansã. Tempestuosa no início e pacificadora nos instantes contínuos. Carinho. Encontro de dois. Poemas juntinhos. Preciso. Corpos colados em nome das almas que não calam. Textos de Fernando Pessoa. Suores para trazer o cheiro. Vida diuturna para rasgar as noites. Presença física de azul e branco. Sorte nas anotações do caderno. Premonições se cumprindo em esperas recompensadas. Voz vibrante da minha paixão. A mulher-águia cantando. Rascante. O amor se ensaiando para realizar-se. Já. A ruptura necessária nos meandros da cultura e o tempo se encurtando. Música e poema. Nela para nós. Assim:
Eu quero um colo, um berço
Um braço quente
Em torno ao meu pescoço
E uma voz que cante baixo
E pareça querer me fazer chorar
Eu quero um calor no inverno
Um extravio morno da minha consciência
E depois em som
Um sonho calmo
Um espaço enorme
Como a lua rodando entre as estrelas
Fernando Pessoa
depois,

Luminosa manhã
Para que tanta luz?
Dá-me um pouco de céu
Mas não tanto azul
Dá-me um pouco de festa não esta
Que é demais pra os meus anseios
Ele veio manhã
Você sabe, ele veio
Despertou-me chorando
E até me beijou
Eu abri a janela
E este sol entrou
De repente em minha vida
Já tão fria e sem desejos
Estes festejos
Esta emoção
Luminosa manhã
Tanto azul tanta luz
É demais para o meu coração.
(Canção da manhã feliz - Haroldo Barbosa e Luís Reis)
daí,
talvez eu não acorde.

Nenhum comentário: