quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A palavra como travessia

Eis-me nesse espelho de mim palavreando. Ânsia de desenho sem lamento nem dor. Escritos de um horizonte além. Vasilhames colhendo minhas perguntas e eu me movimentando. Em mim refletido no espelho. Me vejo num instante em que me salvo e escrevo. Perguntas. Naquele silêncio que se quebra no vulto de uma presença. Corpo humano saudoso: que é desejo animal, pensamento sofisticado, percepção e...Violenta. Ressonância sem viço. O peito dilacerado na palavra que delata. Formas do segredo gratuito. Reticências para o mistério. O lugar daqui. O grande medo. Beijo nos olhos-pefume. Dança singular. Apreço. Brutalidade de ausência. Falta do estar. Vísceras em uma canção. O tempo. O vento. Oyá-Iansã. Maria Bethânia. Festejos. Uma borboleta sinalizando o eterno começo. E a solidão da escrivaninha paralisando e piorando o cansaço. O sumidouro do espelho é a luz da minha inspiração. E me traço assim para vencer o sentido que sobrepõe falta a movimento. Eu preciso de mim. E de você.

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