quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Linda Gaiaku Luiza

A sacerdotisa do Jeje-Mahi Luiza de Oyá (25/08/1909//20/06/2005)

Como D. Luiza era linda. Típica senhora do candomblé. Um rosto desenhado num corpo alto, esguio, harmonioso.Voz dos ventos desbragada como tempestade; a rainha adorava falar, conversar, ser escutada e também, escutar.

Suas histórias eram deliciosas, uma entre as mais famosas, dizia D. Luiza, foi a de quando Caymmi a abordou defronte ao Elevador Lacerda e questionou sobre sua indumentária de "baiana"; ela, que naqueles idos anos 30, vendia acarajé na Cidade da Bahia, narrou naquela capacidade descritiva primorosa que tinha, detalhe por detalhe de sua roupa ritual. Daí, com certeza, nasceu "O que é que a baiana tem?", sucesso estrondoso na voz de Carmen Miranda que deu visibilidade internacional ao iniciante Dorival Caymmi. Ele sempre negou esta história. Mas Gaiaku nunca a esqueceu. E a repetia num misto de orgulho e ressentimento pelo "esquecimento" do patriarca baiano.

Deslumbrante mulher. Símbolo da grandeza negro-feminina do lugar chamado Bahia. Sabedora dos deuses. Inspiração divina. Exemplo das possíveis intelectualidades que temos fora dos eixos acadêmicos. Mão civilizatória na história do nosso povo. Espécie de D. Diva. 100 anos. Oyá-Iansã.


Um comentário:

Thiago disse...

rainha, rainha mesmo!
cá da minha umbanda, saravo, saravá!