sábado, 27 de março de 2010

Dos sábados na minha vida


O dia mais reconfortante é sábado. Inclinado em mim a dançar celebrações. Dia mais sagrado. Dia mais profano. Recorte absoluto no meu cotidiano para exercer minha fé nas Iyabás. Nele tem amarelo, rosinha, branco,verde-água mas... É todo azul clarinho. Tem gosto de cerveja e moderação. Dia de encontros marcados e filtrados, cineminha à tarde, poemas matinais. Um pouco mais de cerveja e meu corpo em vestes brancas e flores pela casa. Sábado brilha sol sobre o mar da Cidade da Bahia. Vejo o lugar da Ilha de Itapirica, abro minha janela e me inspiro a sonhar para sarar alguns danos na constante esperança. Meu sábado sempre é dança diurna e noturna; eu até canto no dia para a vida, e à noite para os Orixás. Quase sempre desfio um tal sabor de uma tal felicidade e nenhuma saudade me dói quando é sábado. Tenho domínio das tonalidades e oferto cores a todos do meu convívio. Rezo pelo mundo também. Tenho o mais preciso dos risos, flutuo feito pássaro, surfo em meu mar interno, aciono meu vento em minha asa delta e abraço. Sou todo abraços sob o sol dos sábados na cidade em que nasci.
Sábado é este mágico dia dos ritos Odô Iyá. Minha fortificação e eu canto em minhas vestes azuis verdinhas. Sei das guerras no sábado também. Não abandono meu alfange neste dia. Mas o seguro com a delicadeza das crianças e sinto a vida como se dormindo bem protegido sob a égide da energia feminina que comanda a minha existência. E quase sempre sonho pois é sábado.

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